A carta é assinada pela Professora Eliane Rocha, funcionaria publica municipal de Barbacena.
Barbacena, 01 de janeiro de 2017
Excelentíssimo Sr. Prefeito Luiz Alvaro,
Hoje, primeiro dia do novo ano, abro meus olhos pela manhã carregada de esperança. Me dirijo ao dicionário em busca de algo que traduza meus sentimentos. O Priberam me diz: esperança: disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa se há de realizar ou suceder. É essa palavra. Assim como ontem enchi meu coração deste sentimento aos primeiros segundos de 2017, redobro o sentimento quanto à realidade da minha cidade.
Hoje também se iniciam mandatos, planos e promessas. Todos sabem a posição que escolhi no período eleitoral, mas reconheço a democracia em que vivemos. E espero, profundamente, que os novos eleitos honrem suas palavras, propostas e os votos que receberam. Como funcionária pública há 18 anos, vi muito se passar por aqui, vi colegas de trabalho desistirem, vi novos professores chegarem empenhados, vi trabalho, vi força e vi luta. Porém, vi também o que não queria ver, vi direitos serem descartados e responsabilidades colocadas em segundo plano.
Em 2017 quero outras visões, outras experiências e outras histórias. Estou a esperar por um bom futuro. Não um futuro de promessas mirabolantes, cheias de utopias e fábulas, já vi e ouvi demais – e deixo a fantasia para a minha contação de histórias. Não quero o irreal, quero o justo, o certo e o legítimo. Nada além do que é direito de cada um, nada além do que se espera de um bom prefeito. Espero, como bem dizia Priberam, uma coisa a se realizar. Espero que meus alunos não tenham o ano comprometido por greve, por falta de estrutura, por falta de transporte. Espero que os professores não tenham motivos para paralisações, que sejam reconhecidos como trabalhadores que são, remunerados e em boas condições de trabalho. Espero que o planejamento seja palavra de ordem, que os quadros escolares não sejam mudados de forma abrupta sem diálogo, sem conversa.
Espero que a crise não seja justificativa para quebrar direitos e escolher a quem privilegiar. Reconheço a condição econômica pouco favorável em que vivemos, mas também reconheço a educação e a saúde como pilares do funcionamento de qualquer sociedade e não como as primeiras da fila, quando o assunto é corte de gastos. Estou cheia de perguntas deixadas em aberto pelo mandato anterior, que, infelizmente, foi de pouco diálogo. Espero que inicie este novo período com energia, capacidade e vontade de transformar. Que saiba conduzir os investimentos para que os décimos terceiros sejam um direito garantido, que a remuneração de contratados seja em dia e que as escolas estejam preparadas para fazer o seu dever: formar cidadãos que serão os presentes e frutos de uma transformação que não será hoje ou amanhã, será contínua.
Assino: Professora Eliane de Paula Rocha
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