Foto: Polícia Civil/Divulgação |
Tablets são utilizados desde o início de setembro no registro de ocorrências da Polícia Civil do Rio Grande do Sul
O uso da tecnologia vem ajudando policiais e guardas municipais a transmitir, cadastrar e verificar informações em tempo real, o que torna a fiscalização mais ágil e simplificada em diversos lugares do Brasil.
No Rio Grande do Sul, a Polícia Civil recebeu no início de setembro 29 tablets para auxiliar no combate à criminalidade. Onze deles foram distribuídos entre as equipes da 1ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da capital gaúcha, com custo de R$ 17 mil. Segundo o delegado titular Márcio de Jesus Zachello, a implantação dos equipamentos está na fase final. "Estamos fazendo treinamento para que, no máximo, em 1° de outubro, os policiais estejam 100% aptos e o sistema, sincronizado", diz.
O sistema desenvolvido pelo Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE) da Chefia de Polícia, chamado e-Crimes, permite emitir o relatório diretamente do local do crime, incluindo dados georreferenciados e acompanhados de fotos e vídeos. "Além de conseguir produzir um relatório com mais qualidade, é possível inserir as informações diretamente no sistema e, a partir daí, estar livre para atender a outra ocorrência", descreve Zachello. Também é possível, segundo o delegado, fazer a verificação de veículos irregulares e foragidos diretamente do local da ocorrência.
Em São Paulo, o uso de tablets pela Polícia Militar foi anunciado em 2011 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mais de 11 mil aparelhos foram adquiridos por R$ 25 milhões, mas, em abril deste ano, grandes jornais do estado noticiaram o mau funcionamento dos produtos. A assessoria de imprensa da PM, contudo, informa que não foi detectado nenhum problema nos tablets e que eles seguem sendo utilizados pelos oficiais da corporação.
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) também testa, desde o fim do ano passado, a utilização de tablets para agilizar o processamento das ocorrências. Segundo o subsecretário de tecnologia da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg-RJ), Edval Novaes, são cerca de 1,5 mil aparelhos distribuídos em viaturas da região metropolitana da capital fluminense, um investimento de quase R$ 7 milhões. O uso dos terminais vem substituindo as consultas via rádio para checar veículos irregulares ou lista de foragidos, além de informatizar o cadastramento das ocorrências. A intenção, segundo o subsecretário, é adaptar o sistema e ampliar o projeto para o restante do estado.
No Batalhão de Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina (BPMRv), três tablets chegaram a ser utilizados entre novembro do ano passado e março deste ano em operações realizadas na capital, Florianópolis. O órgão, contudo, teve de suspender a utilização até obter homologação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para o sistema.
Com o uso de uma impressora sem fio, os oficiais poderão expedir o auto de infração de trânsito em talonário eletrônico, além de cadastrar as informações em tempo real e verificar as restrições de veículos diretamente no sistema. "A autuação é mais rápida, e o processo se torna mais preciso e confiável", diz o chefe de operações do BPMRv, Major Marcelo Pontes. Segundo ele, a aquisição de mais 25 dispositivos para ampliar o projeto já está em fase de licitação.
Guardas Municipais também experimentam a tecnologia
Algumas guardas municipais também empregam a tecnologia a serviço da segurança pública. A Guarda Municipal de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, conta com 10 tablets, um para cada unidade. A implementação dos equipamentos ocorreu no fim de fevereiro deste ano, após a fase de testes iniciada em outubro de 2011. O desenvolvimento do sistema custou R$ 13 mil e foi concebido em conjunto com o Observatório de Segurança Pública da cidade, e a manutenção mensal é de R$ 800. Os tablets foram fornecidos por uma empresa de telefonia celular, dentro do contrato já firmado com o município.
O novo sistema de registros permite a criação de um banco de dados para mapear problemas, verificar áreas mais complicadas e agir de acordo com o tipo de ocorrência. Para o diretor-geral da Guarda Municipal, Luiz Carlos Bortolli, a iniciativa vai dar transparência e proporcionar melhor fiscalização das operações. "Será possível fazer o intercâmbio funcional das operações em tempo real", salienta.
Entre março e junho, foram realizados 11 mil atendimentos com o novo sistema. "São realizados amparos, prestação de serviços, prevenção da violência e identificação de pontos que podem ser perigosos", descreve o secretário municipal de Segurança Pública e Cidadania, Eduardo Pazinato. Os guardas ainda podem solicitar, de maneira informatizada, a intervenção de outros órgãos municipais. Para colocar o sistema em prática, um guarda de cada unidade ficou responsável pela replicação do uso da ferramenta, e mensalmente são promovidos cursos de revisão.
No Rio de Janeiro, as Unidades de Ordem Pública (UOPs) da Guarda Municipal operam com um sistema integrado de comunicação via smartphone, formado pelo aplicativo GMmobile e por um mapa operacional. A tecnologia foi desenvolvida pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da GM-Rio (DDT), em parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Originalmente criado para a plataforma Microsoft Windows Mobile, o aplicativo já possui versão para Android e roda nos cinco modelos de aparelho utilizados pela Guarda.
Fonte:Terra
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